O que vale não é a intenção

O resultado das urnas mostrou que as pesquisas realizadas durante as campanhas revestem-se a cada pleito, cada vez mais, de um caráter muito mais eleitoreiro que propriamente eleitoral. As intenções de voto declaradas em pesquisas não coincidem com a realidade, mesmo levando-se em conta a famosa margem de erro, para cima ou para baixo.

O que me intriga, no entanto, é o fato dos candidatos ligados ao governo sempre conquistarem muito mais intenção do que de fato o voto dos eleitores brasileiros. É de conhecimento geral que o cidadão, na dúvida, prefere direcionar o seu voto a um candidato  que ele imagina que irá vencer a eleição.

Desta forma, em caso de vitória do seu candidato, ele poderá vangloriar-se em caso de sucesso ou cobrá-lo em caso de fracasso. Em outras palavras, o eleitor não quer votar em quem não poderá ser colocado à prova. Bem ou mal, ele deseja a sensação de ser governado por alguém que ele escolheu e não que os outros escolheram para ele.

Eis que insurge a postura cada vez mais eleitoreira das mais diversas pesquisas que deveriam ser eleitorais. Os resultados de intenção de voto influenciam uma parcela indecisa do eleitorado que quer fazer valer a sua vontade, inclinando-se a escolher aquele que está na frente.

Durante toda a campanha eram poucos os eleitores que contavam com a vitória do tucano Aloysio Nunes, por exemplo. De acordo com os números divulgados na esmagadora maioria das pesquisas de intenção de voto, Aloysio não figurava se quer em terceiro lugar no estado de São Paulo. Era um verdadeiro “banho de votos” da dupla Marta e Netinho, apoiada pela máquina estatal. Aliás, como entender a união entre uma feminista e um homem que assumiu ter agredido mulheres?

Enfim, as urnas não apenas elegeram Aloysio Nunes senador da república como mostraram uma diferença avassaladora de quase 3 milhões de votos de vantagem para Marta, segunda colocada e também eleita.

Ao analisar os números publicados para os presidenciáveis, notar-se-á fato parecido. Durante toda a campanha, a candidata Dilma apareceu tão à frente dos demais candidatos que nem o mais esperançoso entusiasta de José Serra imaginaria a possibilidade de um segundo turno. Dizem que Rousseff chegou a bradar que nem mesmo Jesus Cristo tiraria sua eleição. O último a ousar uma frase tão estúpida subiu a rampa do planalto vestindo terno de madeira.

Novamente a eleição mostrou que a candidata do PT tem menos votos do que alarmaram as pesquisas, enquanto José Serra e Marina Silva, como em um passe de mágica, acresceram cerca de 10 milhões de votos em suas urnas ante o publicado.

Destarte, as pesquisas onde Dilma apresentava maiores vantagens sobre seus oponentes eram realizadas através de entrevistas nas cinco regiões do Brasil. Será manipulação ou coincidência o fato de não divulgarem que cerca de 70% do eleitorado foi questionado nas regiões norte e nordeste, atual reduto petista?

Curioso é o fato das pesquisas terem acertado para Geraldo Alckmin, o único candidato a liderar em São Paulo sem o apoio de Lula. Ao contrário de Marta, Netinho e Dilma, Geraldo apresentou votos dentro da margem de erro das intenções de voto apresentadas durante a campanha.

“Quanto maior a mentira, maior é a chance de ela ser acreditada”. Tenho medo quando os pensamentos de Hitler mostram-se atuais…

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