Osama: a bomba de Obama

De acordo com declarações do governo norte americano, na última semana, no Paquistão, forças do exército, sob a égide do presidente Barack Obama, mataram Osama Bin Laden, líder da rede terrorista Al-Qaeda e grande mentor dos atentados de 11 de setembro de 2001. Entretanto, uma semana após a notícia, a história sobre o que de fato ocorreu na operação – se é que, de fato, algo tenha ocorrido – torna-se tão obscura e desprovida de verossimilhança que fica mais fácil acreditar que o homem realmente chegou à lua em 1969…

Os atentados de 11 de setembro cristalizaram o sentimento de impotência dos norte americanos face um inimigo que não conseguiram controlar. Não foi o primeiro ato terrorista dirigido ao país, mas, sem dúvida alguma, foi o mais “espetacular”. Afinal, as quase 3 mil mortes foram causadas pelo choque de dois aviões ao World Trade Center, fazendo com que as torres gêmeas, símbolos do poderio econômico dos Estados Unidos e com quase meio quilômetro de altura cada, ruíssem como se de brinquedo fossem. Além de ferir a Big Apple, os ataques atingiram também o Pentágono, estandarte do poderio bélico yankee. Detalhe: tudo transmitido ao vivo para todo o globo.

Mais do que a segurança nacional, a data feriu diretamente o calcanhar de Aquiles dos norte americanos: seu ego. Como a nação mais poderosa do mundo, que se declara “protetora” do planeta, interferindo ao longo da história nas mais diversas guerras entre países – além de criar e incentivar tantas outras – não conseguiu garantir a segurança dos cidadãos em seu próprio território? Como querer regar as flores do vizinho se o seu jardim é um mangue?

A partir deste fato, a captura de Osama Bin Laden tornou-se uma questão de honra para os Estados Unidos, fazendo-o o inimigo n° 1 do país. Desde então, as forças inicialmente comandadas por George W. Bush e, posteriormente, por Obama, sob a bandeira da “guerra contra o terror”, praticamente varreram o Afeganistão do mapa. Aliás, já que estavam por ali mesmo, aproveitaram para dar uma “esticadinha” até o Iraque e acabar de vez com Sadam Hussein, antigo desafeto.

E este é o principal ponto: como explicar ao povo norte americano, ávido por sangue e vingança que, apesar do país possuir o maior e mais tecnológico arsenal bélico do mundo, aquele que os humilhou, ceifando a vida de milhares de cidadãos, continuava a solto, comandando e operando a maior rede terrorista e anti-americana do globo? Como justificar o fato de terem conseguido capturar, condenar e enforcar um ditador, presidente de uma nação independente, mas não saberem se quer informar o paradeiro de Osama? Como justificar o derramamento de sangue de diversos soldados yankees que perderam suas vidas nos 10 anos de guerra, além dos infindáveis gastos financeiros?

Aliado à necessidade de colocar fim à caça ao terrorista saudita e dar uma resposta ao mundo, o presidente Obama vivia um momento de grande queda de popularidade junto ao eleitorado. Principalmente pelo crescimento da taxa de desemprego e estagnação da economia, tal queda estava perigosamente próxima ao novo pleito que ocorre no ano que vem, quando ele concorrerá à reeleição. Barack definitivamente precisava, politicamente, de um fato que revertesse substancialmente a imagem de seu governo ante a opinião pública. Por outro lado, tinha a consciência de que, ainda suportando os reflexos da crise mundial, tal “bomba” não surgiria da estremecida economia norte americana.

A partir desta constatação, surge a grande ideia: matar Osama Bin Laden seria o mesmo que o fazê-lo com dois coelhos e com apenas uma cajadada! Além da falsa sensação de segurança que traria ao povo e o aumento da popularidade do presidente, a terra do Tio Sam finalmente poderia realizar uma comemoração digna da conquista da Copa do Mundo! Sem notar o quão absurda foi a sua reação, os cidadãos dos Estados Unidos assemelharam-se, e muito, aos fundamentalistas islâmicos que tanto criticam.

Após definida qual seria a “bomba” lançada, provavelmente perceberam um pequeno problema: como matar alguém que não sabiam onde estava? E como encontrar um homem que, além de possuir inúmeros sósias, não se sabe  ao menos se está vivo ou morto? Fácil! É só armar uma operação secreta e, depois, sumir com o corpo! Queimá-lo? Não, afinal, mesmo um corpo carbonizado é suscetível a exames que podem comprovar sua (falsa) identidade. E agora? Claro! Jogamos no mar um corpo repleto de feridas e sangue para que os tubarões deliciem-se com a prova da farsa! Mas e os vizinhos do local? Simples! O exército fecha o bairro e proíbe os moradores de saírem, dar entrevista e, até, atender seus telefones! Nada como eliminar as evidências na busca do crime perfeito!

Além disso, ao contrário do que disse o presidente Obama, a justiça é feita quando se captura uma pessoa, levando-a a Justiça. Os preceitos dos julgamentos de Nuremberg, quando foram levados ao banco dos réus diversos líderes nazistas, tornaram-se o padrão a ser seguido contra criminosos de guerra, como, por exemplo, Sadam Hussein. Então por qual motivo o ditador iraquiano foi capturado e julgado e o terrorista saudita foi morto e seu corpo “desovado”? Tudo leva a crer que o tratamento foi diferenciado pelo simples fato de um ter sido realmente encontrado, e o outro não.

Da mesma forma que não há como chamar uma execução tão obscura de justiça, é inconcebível que a morte de Osama traga paz ao mundo. Ao contrário do que afirmou Obama, se realmente houve o assassinato do terrorista, não me restam dúvidas de que as retaliações não apenas existirão como serão de grande impacto, afinal, as redes terroristas não apenas possuem grandes fontes de recursos, como terão um mártir a vingar.

O mais paradoxal de toda essa mal contada história, é o fato de Osama Bin Laden ter aprendido e desenvolvido suas técnicas de guerrilha não apenas com as instruções, mas também o financiamento do governo norte americano. Ainda em meados da Guerra Fria, o saudita, assim como diversos companheiros do regime talibã, recebeu todo o suporte e incentivo do Tio Sam para expulsar as tropas soviéticas que se instalavam no Afeganistão. Redondo que é, o mundo deu voltas, fazendo de criador e criatura inimigos mortais, tudo conforme os interesses comerciais e econômicos dos Estados Unidos. Acho que os yankees deveriam mudar o nome de seu país para Dr. Frankenstein…

8 pensamentos sobre “Osama: a bomba de Obama

  1. o oaama já morreu em alguma caverna por aí, mas a argumentação do texto tá mto boa! acho q o obama já sabia q ele morreu e se aproveitou do momento para dar a notócia e subir nas pesquisas.

  2. Sensacional a linha como você montou o quebra-cabeça! Eles devem estar torcendo para não aparacer nenhum vídeo do bin Laden falando que está vivo… seria hilário!! hahahahahahahaha

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